domingo, 24 de outubro de 2010

Vagabundagem, uma arte que não se ensina em conventos


Tem uma época da vida, lá pelos dezessete ou dezoito em que a maioria das pessoas acham que estão amadurecendo e pensam em começar a trabalhar. O erro já está aí. Se estivessem mesmo maduras não gastariam seus neurônios bolando estratégias para o primeiro emprego, pensariam em como ganhar dinheiro estando o mais longe possível do trabalho, ou pelo menos o que se tem como padrão do que é trabalho. O trabalho pelo contrário do que dizem, não dignifica o homem. Eu por exemplo trabalho seis horas por dia e não me sinto mais digno do que há um ano atrás, quando não trabalhava. Talvez até me sinta, agora sei fritar meus próprios ovos, nada mais humilhante do que pedir ovinho frito para mamãe. Mas mesmo estando mais digno, vos garanto, nada tem haver com as horas diárias de tortura convencionalmente chamada de trabalho.
Mas para você que tem o contra-cheque de oito mil reais e trabalha oito horas por dia, talvez esse post não se aplique tanto, muito embora poderia estar ganhando seus oito milhões por hora se tivesse criado o google, sido vocalista dos Rolling Stones ou inventado a mandioca, em alguns estados Aipim ou Macacheira. Porém estes oito mil reais ou mesmo só mil deles, seriam um paraíso para quem vive na periferia do inferno, chamada estágio. Ouvi dizer que o próprio Satanás, conhecido aqui na terra como advogado do Bruno, se revoltou com as condições de trabalho que os estagiários tinham no submundo. Sabe-se que a realidade de lá é melhor do que a daqui.
Então meu pobre garoto de dezesseis anos que está quase cedendo a pressão dos pais, trago uma mensagem, RESISTA. Diga a eles o seguinte:
" Pai, um dia vou ganhar milhões com a minha invenção. O ócio criativo é produtivo, acredite. Claro vou precisar da criatividade, mas antes de tudo do ócio. Sem ócio, sem criação, sem criação não tem produção e conseqüentemente não verei nem um milhão. "
Faça-o acreditar que um dia será um milionário, mesmo que não passe de um vagabundo para o resto da vida. Nesse caso não dirá a eles que é um vagabundo, apenas boêmio que sabe curtir a vida. Veja, para tudo tem uma saída, desde que não trabalhe.
E para você ambicioso, porém preguiçoso, tenho uma receita também. Está no livro escrito por mim - Os Vagabundos mais importantes do mundo: Homens que alcançaram o sucesso sem levantar o traseiro do sofá - neste livro abordo o que eu chamaria de Vagabundagem Produtiva, ou simplesmente trabalhar no que gosta. É simples, se amarra em videogame, vira profissional. Gosta de transar? Vira ator de filme pornô. Mas trabalhe no que gosta, não vai inventar de fazer direito porque a mamãe acha bonito, ou porque facilita passar em concurso. Você não vai querer passar a vida atrás de uma mesa carimbando processo, quando um dia sonhou em ser dançarina do caldeirão do Huck ou dublê do Jackie Chan, mesmo que este segundo não exista.

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