quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Relações Sociais: Um paradigma do Interesse


" A existência de uma mascara só é inadequada, pois pressupõe que haja um rosto verdadeiro.". Será que nunca somos nós mesmos? Em que lugar da alma se encontra a verdadeira essência? Ou talvez aonde fica o endereço da alma? Aparência meu amigo, tudo é aparência. Por que digo isso? Segundo Erving Goffman, a vida é um palco e todos nós somos atores sociais. Uma eterna atuação, arriscaria dizer até adaptação.
O mundo poderia decodificar-se em uma troca de interesses. Não que isso seja ruim, interesse não necessariamente é traduzido em algo que alguém tenha de cair para que um interesse tenha sido realizado. Mas evidentemente temos diversos objetivos na vida, e nos relacionamos afim de encontrar um caminho que corresponda àquele objetivo. As pessoas em que convivemos, se não fazem parte de um laço natural, convivemos por vontade própria, e se convivemos temos algo a receber e a acrescentar. Objetivos, interesses, vontades. Tudo corre de acordo com uma lógica individualista que se divide em diferentes ramos do individualismo, inclusive o desinencial, aquele oculto que não se observa à primeira vista, mas está lá.
A teoria individualista desinencial, é simples, e traduz perfeitamente o que quero dizer. Caridade, fazer caridade está em moda agora, ajudar os outros é bonito e faz bem para alma. No entanto o pessoal, isso inclui celebridades, e por que não as incluiria? Enfim, uma galera usa da caridade como forma de promoção pessoal. E alguns são muito criticados por isso, mas nós fazemos isso todos os dias. Quando uma amiga precisa de palavras reconfortantes, as damos. Pura atuação. Ela fica satisfeita, tem uma boa imagem de ti, e você fica realizado, não por ajudar de fato, mas por saber que é uma pessoa melhor e saber que as pessoas também acham que você é uma pessoa melhor. Promoção interna e externa. Eficiente. Auto-estima agradece.
Não quero que concordem comigo, e sei que essa opinião traz um caminhão de críticas em sua bagagem. No entanto uma visão fria das relações sociais, dá-nos a condição de perceber quão medíocre elas são. Não quero que se preocupe com isso, não quero me preocupar com isso. Quero esquecer e acreditar em algo sobrenatural que faça isso tudo parecer brincadeira de criança. Algo que reconforte. E na espiritualidade procurar minha essência, uma auto-comunicação que me livre de interesses ou personificações fajutas. Somente eu e eu mesmo, e quem sabe Irene, mas não vem ao caso. A questão é que meu interior me engana, e como não posso enganar você, se mesmo eu estou enganado? Engana-se quem pensa que é verdadeiro e sincero, enganados somos a todo momento, engana-se a verdade ou a realidade, não importa a ordem. O mundo é uma grande mentira, uma bela, sarada e loira mentira. Então aproveitem, atuem, todos nós fazemos nossa própria malhação e se um dia se destacar quem sabe uma novela das oito.

1 comentários:

Talitha mendeS disse...

Irado esse. Me fez pensar.

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